“E Eu...”
“E Eu, Certamente Esconderei o Meu Rosto...”
Pode parecer estranho levantarmos esta questão, típica daqueles que nos odeiam.
Se o fazemos é apenas pelo motivo de que este trecho da Torá tem-na como alvo de discussão. E, no decorrer de tal discussão, são traçados argumentos e levantados queixas de gravidade incomparável.
Esta discussão deu-se após a triste despedida de Moisés, que acabara de transmitir, de forma suave e tranquila, o bastão da liderança a Josué. E eis que D’us ordenara a Moisés que conte aos filhos de Israel – e ele bem sabia como o povo iria comportar-se após a sua morte com o passar do tempo – e descreva-lhes os acontecimentos futuros com todas as tintas sombrias que estes exigem, incluindo as consequências decorrentes dos seus actos insensatos.
Não sabemos se alguém, entre os filhos de Israel ali presentes, abalou-se com estas previsões tenebrosas. No entanto, o leitor de hoje, com um pouco de sentido histórico e conhecimento de factos básicos sobre a história do povo judeu, não pode deixar de se espantar diante desta incompreensível passagem bíblica, que começa com as seguintes palavras dramáticas:
“E disse Hashem a Moisés: Eis que tu estás para jazer com os teus pais, e levantar-se-á este povo, e errará atrás de deuses estranhos da terra... e Me deixará, e violará a aliança... Então crescerá o Meu furor contra ele... e o abandonarei, e esconderei o Meu rosto diante dele, e será por presa, e o alcançarão muitos males e angustias; de sorte que dirá naquele dia: Certamente, por não estar o meu D’us no meio de mim, estes males alcançaram-me, E Eu, certamente, esconderei o Meu rosto naquele dia.”
Façamos uma pequena pausa neste ponto para examinarmos o quadro na sua totalidade, para que assim possamos resumi-lo. Estes versículos, sob a perspectiva do homem contemporâneo, oferecem um panorama realmente espantoso. Antes de tudo, pelo facto de esta profecia ter realmente se realizado. O povo de facto rebelou-se, violou a aliança e abandonou a observância dos mandamentos. E também foi castigado do modo previsto na lei bíblica, com castigos jamais impostos a qualquer outro povo.
Um outro detalhe: as tragédias e os imensos tormentos que afligiram o povo, especialmente o holocausto, que atingiu a nossa geração, fizeram brotar, em muitos corações, a heresia e a negação de D’us. A violenta força do Holocausto, que extrapolou os limites da concepção humana, levou toda uma geração a duvidar da Providência Divina. Afinal, como Esta poderia observar tudo o que se passava sem intervir? Mas prestem atenção! ATÉ ESTE DETALHE TAMBÉM FOI MENCIONADO NO VERSÍCULO:
“E dirá naquele dia: Certamente, por não estar o meu D’us no meio de mim, alcançaram-me estes males”.
Fonte:
REFLEXÕES SOBRE A TORÁ
Moshe Grylak
Associei à procura de muitos, no nosso quotidiano a busca incansável por novidades de religião e associei o movimento exdrúxulo do judaísmo messiânico ao renascimento das cinzas do “bezerro de ouro”.
Inicia a prática de ensinamento com um falso Messias e depois ensina-se, que esse Messias se divide em 3 = Pai, Filho e Espírito Santo = tal Messias agora já é um deus = JC – denominado Jesus Cristo.
- Quando buscamos providência em qualquer fonte que não seja pela Torá, estamos vulneráveis ao rumo da idolatria.
Um “deus trindade”, que são (3) TRÊS, segundo o ensinamento cristão e, não é “UM” como Ensinamento Judaico Mosaico, segundo a Tora.
Comentário de Miriam
D'us em três?
A idéia cristã da trindade quebra D'us em três seres separados: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Mateus 28:19).
Compare isto com o Shemá, a base da crença judaica: "Ouve, ó Israel, o Eterno nosso D'us, o Senhor é UM" (Devarim 6:4). Os judeus declaram a unicidade de D'us todos os dias, escrevendo-a sobre os batentes das portas (Mezuzá), e atando-a à mão e cabeça (Tefilin). Esta declaração da unicidade de D'us são as primeiras palavras que uma criança judia aprende a falar, e as últimas palavras pronunciadas antes de morrer.
Na Lei Judaica, adorar um deus em três partes é considerado idolatria - um dos três pecados cardeais, que o judeu prefere desistir da vida a transgredir. Isto explica porque durante as Inquisições e através da História, os judeus desistiram da vida para não se converterem.
Um homem como deus?
Os cristãos acreditam que D'us veio à terra em forma humana, como disse Jesus: "Eu e o Pai somos um" (João 10:30).
Maimônides devota a maior parte do "Guia para os perplexos" a ideia fundamental de que D'us é incorpóreo, significando que Ele não assume forma física. D'us é eterno, acima do tempo. É infinito, além do espaço. Não pode nascer, e não pode morrer. Dizer que D'us assume forma humana torna D'us pequeno, diminuindo tanto a Sua Unidade como a Sua Divindade. Como diz a Torá: "D'us não é um mortal" (Bamidbar 23:19).
O Judaísmo diz que Messias nascerá de pais humanos, com atributos físicos normais, como qualquer outra pessoa. Não será um semi-deus, e não possuirá qualidades sobrenaturais. De facto, em cada geração vive um indivíduo com a capacidade de tornar-se o Messias. (veja Maimônides - Leis dos Reis 11:3).
O Cristianismo contradiz a teologia Judaica
Um intermediário para a oração?
É uma idéia básica na crença cristã que a prece deve ser dirigida através de um intermediário - i.e., confessando- se os pecados a um padre. O próprio Jesus é um intermediário, pois disse: "Nenhum homem chega ao Pai a não ser através de mim."
No Judaísmo, a prece é assunto totalmente particular, entre cada pessoa e D'us. A Torá diz: "D'us está perto de todos que clamam por Ele" (Tehilim 145:18). Além disso, os Dez Mandamentos declaram: "Não terá outros deuses DIANTE DE MIM," significando que é proibido colocar um mediador entre D'us e o homem. (veja Maimônides - Leis da Idolatria cap. 1).
JESUS NÃO PERSONIFICA AS QUALIFICAÇÕES PESSOAIS DO MESSIAS
Messias como profeta
Jesus não foi um profeta. A profecia apenas pode existir em Israel quando a terra for habitada por uma maioridade de judeus. Durante o tempo de Ezra (cerca de 300 AEC), a maioria dos judeus recusou-se a mudar da Babilónia para Israel, e assim a profecia terminou com a morte dos três últimos profetas - Chagai, Zecharyá e Malachi.
Jesus apareceu em cena aproximadamente 350 anos após a profecia ter terminado.
Descendente de David
O Messias deve ser descendente do Rei David pelo lado paterno (veja Bereshit 49:10 e Yeshayáhu 11:1). Segundo a reivindicação cristã que Jesus era filho de uma virgem, não tinha pai - e dessa maneira não poderia ter cumprido o requerimento messiânico de ser descendente do Rei David pelo lado paterno! “
RESPOSTA:
Por séculos os judeus foram perseguidos pela sua fé e prática religiosa. Muitos tentaram impor as suas ideias e aniquilar o judaísmo. Nem as cruzadas, nem a inquisição implacável, nem os pogroms conseguiram manipular as nossas almas cumprindo o seu intento.
O judaísmo mantém a sua chama sempre viva.
A história comprova: os judeus continuam a rejeitar o Cristianismo. Porquê?
Porque somos simplesmente judeus, nascemos e vivemos o judaísmo e temos as nossas próprias convicções.
Mas quando judeus são seguidamente questionados sobre esta questão os não-judeus frequentemente perguntam: "Porque os judeus não acreditam em Jesus?" Preparamos alguns argumentos com o objectivo, de não depreciar outras religiões, pois respeitamos a todos e por esta razão não fazemos proselitismo, mas sim apenas para esclarecer a posição judaica.
Comentários do Rabino Shraga
1. JESUS NÃO PREENCHEU AS PROFECIAS MESSIÂNICAS
O que o Messias deveria atingir? A Torá diz que ele:
a - Construirá o terceiro Templo Sagrado (Yechezkel 37:26-28)
b - Levará todos os judeus de volta à Terra de Israel (Yeshayáhu 43:5-6).
c - Introduzirá uma era de paz mundial, e terminará com o ódio, opressão, sofrimento e doenças. Como está escrito: "Nação não erguerá a espada contra nação, nem o homem aprenderá a guerra." (Yeshayáhu 2:4).
d - Divulgará o conhecimento universal sobre o D'us de Israel - unificando toda a raça humana como uma só. Como está escrito: "D'us reinará sobre todo o mundo - naquele dia, D'us será Um e o seu nome será Um" (Zecharyá 14:9).
O facto histórico é que Jesus não preencheu nenhuma destas profecias messiânicas.
RESPOSTA:
Por vários séculos os judeus foram perseguidos pela sua fé e prática religiosa. Muitos tentaram impor as suas ideias e aniquilar o judaísmo. Nem as cruzadas, nem a inquisição implacável, nem os pogroms conseguiram manipular as nossas almas cumprindo seu intento.
O judaísmo mantém a sua chama sempre viva.
2. O CRISTIANISMO CONTRADIZ A TEOLOGIA JUDAICA
Envolvimento no mundo físico
O Cristianismo frequentemente trata o mundo físico como um mal a ser evitado. Maria, a mais sagrada mulher cristã, é retratada como uma virgem. Padres e freiras são celibatários. E os mosteiros estão em locais remotos e segregados.
Em contraste, o Judaísmo acredita que D'us criou o mundo físico não para nos frustrar, mas para o nosso prazer. A espiritualidade judaica vem através do envolvimento no mundo físico de maneira tal que ascenda e eleve. O sexo no contexto apropriado é um dos actos mais sagrados que podemos realizar.
O Talmud diz que se uma pessoa tem a oportunidade de saborear uma nova fruta e recusa-se a fazê-lo, terá de prestar contas por isso no Mundo Vindouro. As escolas rabínicas ensinam como viver entre o alvoroço da actividade comercial. Os judeus não se afastam da vida, elevam-na.
3. JESUS NÃO PERSONIFICA AS QUALIFICAÇÕES PESSOAIS DO MESSIAS
Messias como profeta
Jesus não foi um profeta. A profecia apenas pode existir em Israel quando a terra for habitada por uma maioridade de judeus. Durante o tempo de Ezra (cerca de 300 AEC), a maioria dos judeus recusou-se a mudar da Babilónia para Israel, e assim a profecia terminou com a morte dos três últimos profetas - Chagai, Zecharyá e Malachi.
Jesus apareceu em cena aproximadamente 350 anos após a profecia ter terminado.
Descendente de David
O Messias deve ser descendente do Rei David pelo lado paterno (veja Bereshit 49:10 e Yeshayáhu 11:1). Segundo a reivindicação cristã que Jesus era filho de uma virgem, não tinha pai - e dessa maneira não poderia ter cumprido o requerimento messiânico de ser descendente do Rei David pelo lado paterno!
Observância da Torá
O Messias levará o povo judeu à completa observância da Torá. A Torá declara que todas as mitsvot permanecem para sempre, e quem quer que altere a Torá é imediatamente identificado como um falso profeta. (Devarim 13:1-4).
No decorrer de todo o Novo Testamento, Jesus contradiz a Torá e declara que os seus mandamentos não se aplicam mais. (veja João 1:45 e 9:16, Atos 3:22 e 7:37).
4. VERSÍCULOS BÍBLICOS "REFERINDO-SE" A JESUS SÃO TRADUÇÕES INCORRETAS
Os versículos bíblicos apenas podem ser entendidos estudando-se o texto original em hebraico - que revela muitas discrepâncias na tradução cristã.
a - Nascimento virgem
A ideia cristã de um nascimento virgem é extraído de um versículo em Yeshayáhu descrevendo uma "alma" que dá à luz. A palavra "alma" sempre significou uma mulher jovem, mas os teólogos cristãos séculos mais tarde traduziram-na como "virgem". Isto relaciona o nascimento de Jesus com a ideia pagã do primeiro século, de mortais sendo impregnados por deuses.
b - Crucifixão
O versículo em Tehilim 22:17 afirma: "Como um leão, eles estão em minhas mãos e pés." A palavra hebraica ka'ari (como um leão) é gramaticalmente semelhante à palavra "ferir muito". Dessa maneira o Cristianismo lê o versículo como uma referência à crucifixão: "Eles furaram as minhas mãos e pés."
c - Servo sofredor
Os cristãos afirmam que Yeshayáhu (Isaías) 53 refere-se a Jesus. Na verdade, Yeshayáhu 53 segue directamente o tema do capítulo 52, descrevendo o exílio e a redenção do povo judeu. As profecias são escritas na forma singular porque os judeus (Israel) são considerados como sendo uma unidade. A Torá está repleta de exemplos de referências à nação judaica com um pronome singular.
Ironicamente, as profecias de perseguição de Yeshayáhu referem-se em parte ao século 11, quando os judeus foram torturados e mortos pelas Cruzadas, que agiram em nome de Jesus.
De onde provêm estas traduções erradas? S. Gregório, Bispo de Nanianzus no século IV, escreveu: "Um certo jargão é necessário para se impor ao povo. Quantos menos compreenderem, mais admirarão."
5. A CRENÇA JUDAICA É BASEADA NA REVELAÇÃO NACIONAL
Das 15.000 religiões na História Humana, apenas o Judaísmo baseia a sua crença na revelação nacional - i.e., D'us falando a toda a nação. Se D'us está para iniciar uma religião, faz sentido que Ele falará a todos, não apenas a uma pessoa.
O Judaísmo a única entre todas as grandes religiões do mundo que não confia em "reivindicações de milagres" como base para estabelecer uma religião. De facto, a Torá afirma que D'us às vezes concede o poder de "milagres" a charlatães, para testar a lealdade judaica à Torá (Devarim 13:4).
Maimônides declara (Fundações da Torá, cap. 8):
"Os Judeus não creram em Moshê (Moisés), nosso mestre, por causa dos milagres que realizou. Sempre que a crença de alguém baseia-se na contemplação de milagres, tem dúvidas remanescentes, porque é possível que os milagres tenham sido realizados através de mágica ou feitiçaria. Todos os milagres realizados por Moshê no deserto aconteceram porque eram necessários, e não como prova da sua profecia.
"Qual era então a base da crença judaica? A revelação no Monte Sinai, que vimos com os nossos próprios olhos e ouvimos com os nossos ouvidos, não dependendo do testemunho de outros... como está escrito: 'Face a face, D'us falou com vocês...' A Torá também declara: 'D'us não fez esta aliança com os nossos pais, mas connosco - que hoje estamos todos aqui, vivos.' (Devarim 5:3)."
O Judaísmo não são os milagres. É o testemunho da experiência pessoal de todo homem, mulher e criança.
6. JUDEUS E GENTIOS
O Judaísmo não exige que todos se convertam à religião. A Torá de Moshê é uma verdade para toda a Humanidade, seja judia ou não. O Rei Salomão pediu a D'us para considerar as preces de não-judeus que vão ao Templo Sagrado (Reis I, 8:41-43). O profeta Yeshayáhu refere-se ao Templo Sagrado como uma "Casa para todas as nações." O serviço no Templo durante Sucot realizava 70 oferendas de touros, correspondendo às 70 nações do mundo. De facto, o Talmud diz que se os Romanos tivessem percebido quantos benefícios estavam a usufruir do Templo, jamais o teriam destruído.
Os judeus nunca buscaram activamente converter as pessoas ao Judaísmo, porque a Torá prescreve um caminho correcto para que os gentios o sigam, conhecido como "As Sete Leis de Nôach." Maimônides explica que qualquer ser humano que observe fielmente estas leis morais básicas recebe um lugar apropriado no céu.
Para um estudo mais completo sobre as Sete leis de Nôach clique aqui.
7. TRAZENDO O MESSIAS
De facto, o mundo está desesperadamente necessitado da Redenção Messiânica. A guerra e a poluição ameaçam o nosso planeta; o ego e a confusão estão erodindo a vida familiar. Na mesma extensão em que estamos conscientes dos problemas da sociedade, é a extensão em que ansiamos pela Redenção. Como declara o Talmud, uma das primeiras perguntas que um judeu recebe no Dia do Julgamento é: "Você ansiou pela vinda do Messias?"
Como podemos apressar a vinda de Mashiach? A melhor maneira é amar generosamente toda a humanidade, cumprir as mitsvot da Torá (da melhor maneira que pudermos) e encorajar outros para que as cumpram também.
O Mashiach pode chegar a qualquer momento e tudo depende das nossas acções. D'us estará pronto quando estivermos. Pois, como disse o Rei David: "A Redenção chegará hoje - se derem atenção à Sua voz."
Por Rabino Shraga Simmons
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