25.10.08

Os Judeus investigam...com o cérebro

Shavua Tov.
Um gorila escapou do zoológico. Procuraram por todo o lado até que, finalmente, encontraram-no sentado na biblioteca da cidade, comparando uma cópia da Torá com uma cópia do livro ‘Origem das Espécies’, escrito por Darwin. Quando lhe perguntaram o que estava a fazer, o gorila respondeu: “Estou tentando descobrir se sou um ‘bichinho de estimação’ ou se, sendo o antepassado de vocês, fui usurpado da direcção do zoológico!”
Nesta semana começamos a ler a história da Criação em Bereshit (Gênesis). É fascinante como muitos intelectuais são rápidos em descrever a história da Criação como um Conto de Fadas ou uma alegoria, rejeitando qualquer um que acredite na Criação e não na Teoria da Evolução, taxando-os como ‘ignorantes, mal orientados, não intelectuais, ou que não vivem no mundo real’. É ainda mais fascinante que tantas pessoas acreditem na Teoria da Evolução com tão poucas informações. Todos nós somos produtos da nossa sociedade, e a nossa sociedade tem fé na Evolução.
A Teoria da Evolução é uma tentativa de entender a infinita variedade da vida, um universo com propósito e tremendamente ordenado, através de um processo de chances aleatórias e randómicas – que passado um tempo suficiente, forças aleatórias poderiam acidentalmente produzir ordem e vida. Isto ocorreria através da geração espontânea – a vida surgindo de uma sopa química ancestral, com um eventual desenvolvimento de espécies via mutações.
Seria a Evolução uma explicação plausível para a complexidade da vida no nosso planeta? Sim, se for uma Evolução Orientada, em oposição à Evolução Aleatória. Muitos Judeus observantes da Torá acreditam que a Evolução é o meio que D’us utilizou para ‘tirar vida da terra (Gênesis 1:24)”. Entretanto, se a pessoa traz D’us para dentro desta equação somente para justificar as impossibilidades encontradas na Teoria Aleatória (por exemplo: a espessura de um ovo de galinha: se a casca for muito grossa, o pintinho não consegue sair, se for muito fina, o ovo se desfaria ao nascer . Em ambos os casos, adeus galinhas!), a Evolução Randómica perderia a sua ‘vantagem’ de eliminar D’us como parte integral e importante da nossa vida.
Conta-se a história de um grupo de eminentes cientistas conversando com D’us, alegando que haviam descoberto como criar a vida. O Criador falou: “OK, mostrem-me!” O cientista falou: “Primeiro pegue num punhado de terra e ...” D’us interrompeu: “Espere um minuto. Guarde a sua própria terra!”
Uma enorme diferença na perspectiva entre a Evolução Aleatória e a Criação/Evolução Orientada é a visão que estas teorias têm do homem. Se aceitarmos a Evolução Aleatória como a explicação para a existência do homem, então o ser humano é um macaco refinado ... mas ainda assim um animal. Do ponto de vista da Criação, o homem foi criado à imagem de D’us, com o seu devido propósito. Estes são dois pontos de vista completamente opostos.
Alguns anos atrás, o rabino Yaacov Kaminetski ia de avião para Israel, sentado ao lado de um auto-declarado ateu, e conversaram amigavelmente durante toda a viagem. Periodicamente, os filhos e netos do rabino apareciam para perguntar se poderiam fazer algo para que ele ficasse mais confortável. Depois de presenciar esta cena algumas vezes, o ateu suspirou: “Gostaria eu que meus filhos e netos me tratassem com todo este respeito”. O rabino respondeu: “Pense nas suas próprias palavras. Para os meus filhos e netos, eu estou um passo mais próximo à revelação da Torá, quando D’us falou com todo o Povo Judeu no Sinai. Portanto, um passo mais próximo do Criador. De acordo com a filosofia que profere, você está um passo mais próximo do macaco. O senhor acha que a sua filosofia geraria o respeito dos seus filhos e netos?”
A nossa herança espiritual é baseada na convicção e não na fé. A diferença? A convicção é baseada em evidências, e varia por uma escala que vai da ignorância à sabedoria. Quanto mais informações, maior a convicção. Fé é um salto emocional para se chegar a uma determinada conclusão. Os nossos detractores – os infames anti-semitas – têm dito muitas coisas negativas sobre os Judeus; a única coisa que nunca disseram é que somos estúpidos. Os Judeus investigam as questões do mundo, a vida e a eternidade com o cérebro, não com a emoção.