17.7.08

Porção Semanal: Pinechas


Bamidbar 25:10 - 30:1

A Parashá Pinechas começa com D'us concedendo a sua bênção de paz e sacerdócio a Pinechas, o neto de Aharon, por assassinar um príncipe da tribo de Shimeon e uma princesa medianita enquanto estavam envolvidos num acto licencioso em público (ao final da Porção da Torá da semana passada). A reacção zelosa de Pinechas salva o povo judeu de uma peste que havia irrompido no campo. D'us ordena a Moshê e Eleazar (filho e sucessor de Aharon como Sumo sacerdote) a conduzir um novo recenseamento de toda a nação, o primeiro feito em quase trinta e nove anos. A Torá então relata a reivindicação feita pelas cinco filhas de Tslofchad por uma parte da herança na terra de Israel, pois não tinham irmãos e o pai morrera no deserto. D'us concorda, e pelo mérito destas mulheres justas muitas das leis sobre herança são ensinadas. Depois que D'us mostra a terra de Israel do topo de uma montanha, Moshê recebe ordens de transmitir o seu manto de liderança a Yeoshua, colocando a mão sobre a sua cabeça, pois Moshê não entraria no país. A porção da Torá conclui com uma completa descrição dos corbanot, sacrifícios, especiais a serem ofertados nos vários dias festivos durante o ano, acima e além do sacrifício (corban tamid) que é trazido toda manhã e tarde. Estas secções são também lidas na Torá por todo o ano, nos dias festivos apropriados.


Mensagem da Parashá
Ao final da Porção da Torá da semana passada, aprendemos sobre as mulheres medianitas que tentaram seduzir os homens judeus a adorar Ba'al Peor, um abominável ídolo pagão. A estratégia para seduzir os homens surtiu efeito e já provocara a morte de 24.000 pessoas por uma peste divinamente enviada. A história tem o seu clímax quando Zimri, um príncipe da tribo de Shimeon, é flagrado tendo relações pecaminosas com Kazbi, uma princesa Medianita, bem no meio do acampamento israelita. Pinechas, o neto de Aharon, reage tomando de uma lança e golpeando os dois parceiros pecadores, pondo um fim à praga. E assim iniciamos a porção desta semana da Torá, que recebe o nome de Pinechas pelo seu acto destemido. Aqui lemos sobre a recompensa de D'us a Pinechas - uma bênção de paz e eterno sacerdócio. Estranhamente, embora esta discussão ocupe apenas parte de uma curta seção da Porção da Torá, mesmo assim a porção inteira recebe o nome de Pinechas. Não somente isso, se a porção da Torá tem de receber o nome de uma pessoa, aparentemente faz mais sentido incluir todo o episódio de Pinechas - do seu acto heróico até a recompensa de D'us - tudo numa porção. Porque o seu acto corajoso foi discutido na semana passada na Parashá Balac e a sua recompensa descrita esta semana na Parashá Pinechas?
Talvez, a divisão da Torá do episódio em duas porções seja uma tentativa de ensinar-nos uma lição. Pinechas matou Zimri por uma razão e apenas por uma razão - ele sabia que era a coisa certa a fazer. Alguém tinha que tomar uma atitude e impedir que as mulheres medianitas causassem a morte de toda a nação judaica. A acção de Pinechas foi motivada no mais alto nível. Pinechas não agiu por auto-gratificação. Não o fez porque desejava que uma Porção da Torá recebesse o seu nome. Ele o fez apenas pela santificação do nome de D'us e o Seu povo. Ao separar a acção de Pinechas da sua recompensa, a Torá está ensinando-nos, que Pinechas não previu, ou mesmo se preocupou, em receber uma recompensa de D'us. A sua acção foi realizada por si, por seu próprio mérito.
Quantas vezes achamo-nos fazendo algo não porque é a coisa certa a se fazer, mas porque desejamos receber algum tipo de recompensa? Quantas vezes fazemos algo apenas para destacar o nosso ego? O que a Torá nos ensina através de Pinechas é que devemos tentar fazer as coisas com mais empenho e simplesmente porque sabemos que isso é o certo. A nossa recompensa virá na hora certa. Não devemos fazer boas acções apenas para ver o nosso nome brilhar.