19.11.07

Livre Arbítrio


Uma boa semana! Tive a grande sorte de aprender das palavras e actos de um grande filósofo, o Rabino Noah Weinberg, director das instituições Aish HaTorá. Todo o trecho de sabedoria que compartilho convosco provém da sabedoria que absorvi do Rabino Wainberg e da Fonte da Sabedoria, a Torá.

Como fortalecemos o nosso uso do livre arbítrio?

O livre arbítrio significa que temos a capacidade de fazer escolhas morais para aceitarmos as ‘dores’ de fazer a coisa certa – crescer, fazer deste um mundo melhor – ao invés de procurar apenas o conforto. Somos facilmente confundíveis a menos que tenhamos definições claras e metas objectivas.

Uma vez que sabemos que o Livre Arbítrio refere-se a escolhas morais e não a escolher qual a cor das meias que usaremos hoje, então temos um começo.

Para fortalecermos o uso do nosso Livre Arbítrio, é importante focarmos em 5 pontos:

1) Estar atentos. Tomamos decisões o tempo todo. Uma vez que tomemos consciência do facto de que estamos constantemente a fazer escolhas, então podemos começar a monitorá-las. Neste ponto, estaremos no uso do nosso Livre Arbítrio activamente, não passivamente. Temos de ter a consciência que estamos constantemente a tomar decisões. Não deixemos que as nossas decisões apenas ‘aconteçam’. Tomemos o controle! Podemos perguntar-nos: “Esta é a decisão que quero tomar?” Se não for, então mude-a.

2) Seja você mesmo. Não aceitemos as idéias assumidas pela sociedade como sendo as nossas a menos que tenhamos pensado e analisado o assunto e concordado com elas. Responsabilizemo-nos pelas nossas decisões. É espantoso que durante a Guerra Civil americana, todas as pessoas ao norte da linha de guerra fossem contra a escravidão e todos os que estavam ao sul eram a seu favor. O que aconteceu? Será que todas as pessoas más migraram para o sul, como se lá houvesse um líder espiritual? Todos somos produtos da nossa sociedade.

Da mesma maneira, não sejamos escravos de uma decisão anterior. Só porque uma vez achamos que não conseguiríamos fazer determinada coisa, isto não significa que a decisão ainda se aplica. Comecemos cada dia novamente, constantemente reavaliando em que estágio estamos na vida, de forma a estarmos seguros de que aquilo que escolhemos daquela vez é o que ainda escolheríamos hoje. Certifiquemo-nos que somos nós quem dirigimos as nossas decisões e não que as nossas decisões nos dirijam.

3) Entender que a batalha é entre os desejos do corpo e as aspirações da alma. Existem vezes em que sabemos objectivamente que algo é bom para nós, mas os nossos desejos físicos ‘entram no meio’ e distorcem a nossa avaliação. O desejo definitivo do corpo é levar as coisas‘ na calma’: escapar dos problemas e existir em meio a um conforto perpétuo, ao invés de fazer o esforço de encarar a vida de frente. O desejo maior da alma é viver plena e vibrantemente, com cada fibra de nossos seres fazendo algo que tenha significado, que seja correcto, que seja produtivo.

4) Identifique-se com a sua alma. A nossa alma é realmente o que somos! Portanto, se consigo identificar-me com os desejos da alma, isto satisfará as necessidades do verdadeiro ‘eu’. A nossa tarefa é treinar o nosso corpo e persuadi-lo a refletir sobre a realidade da alma. Usemos a mesma estratégia que o corpo usa conosco! O corpo diz: “Só mais um pedacinho de bolo”. Respondamos: “Com certeza! Daqui a 10 minutos!” e então adiemos por mais outros 10 minutos. Não diga: “Estou com fome”. Digamos: “O nosso corpo está com fome”. Identifiquemo-nos com as nossas almas e façamos dos nossos corpos um reflexo das nossas almas. Se fizermos isto, teremos uma verdadeira e real paz interior.

5) Perguntar: “O que D’us quer?” Usemos o nosso poder de escolha para nos fundirmos com a mais significante e poderosa força do universo: o transcendental.

A forma definitiva de vida é a eternidade, ou seja, a vida sem qualquer indício de morte. Portanto, unindo-nos e vinculando-nos a D’us estaremos unindo-nos e vinculando à mais elevada e pura forma de vida: a eternidade. Este é o uso verdadeiro, real e definitivo do nosso Livre Arbítrio. Isto é o que o Todo-Poderoso quis dizer quando escreveu na Sua Torá: "Escolha a Vida". Façamos da nossa vontade a vontade Dele. Se o fizermos, seremos um pouco menos do que o próprio D’us: Sócios em transformar este mundo num mundo melhor!