1.3.07

PURIM = fraternidade



BOM DIA! Hora de festa: Purim está próximo! Purim é a festividade que nos faz lembrar que D'us ‘dirige’ o mundo por detrás dos bastidores. Em nenhum lugar da Meguilá Ester o nome de D'us é mencionado, apesar de haver uma tradição de que, a cada vez que as palavras ‘o rei’ são mencionadas, referem-se também ao Todo-Poderoso.
A Meguilá Ester é um livro repleto de suspense e intrigas, onde está relatada a história de Purim, e com um final bastante feliz: o Povo Judeu é salvo da destruição!
Purim será celebrado na semana que vem, sábado à noite, 3 de Março, após o pôr-do-sol. A festividade estende-se por todo o dia 4, domingo. O jejum de Ester é na quinta-feira, dia 1º, comemorando os três dias que a rainha Ester e o Povo Judeu jejuaram antes que ela se aproximasse do rei Ahashverosh com o seu pedido pela salvação do Povo Judeu.
Nos últimos dias estive a ler compenetradamente o livro “Tudo que uma Família Precisa para Entender, Celebrar e Divertir-se em Purim”, da autoria do Rabino Shimon Apisdorf, de Los Angeles. Uma das mensagens que mais me chamaram a atenção foi a seguinte: “Se você e os seus familiares costumam ir apenas duas vezes por ano à sinagoga, escolha então Purim e Simchá Torá (quando todos dançam e celebram o encerramento e o início da leitura da Torá). As nossas crianças devem ver e sentir a alegria de sermos Judeus, e nada melhor que estas duas datas festivas!”



O que é Purim e como o comemoramos?
Purim vem da palavra persa “pur”, que quer dizer “sorteio”, como consta na Meguilá: “Hamán fez sorteios para escolher o ‘melhor’ dia para exterminar os Judeus”. Esse dia caiu em 13 de Adar. Os sinistros eventos daquele dia acabaram por se inverter, tornando-se um dos mais alegres dias do calendário Judaico. Nós celebramos Purim no dia 14 de Adar, pois “eles (os Judeus) descansaram no décimo quarto dia, tornando-o um dia de festa e alegrias (Meguilá Ester, capítulo 9:17)”.
Em alguns poucos lugares, como Jerusalém, Hevrón, a cidade velha de Tsefat e Tibérias, Purim é celebrado no dia seguinte, 15 de Adar. Os nossos Sábios declararam que todas as cidades de Israel que tinham muralhas à época do acontecimento de Purim, devem celebrá-lo no dia seguinte. O motivo foi comemorar o dia a mais que o rei persa Ahashverosh garantiu a Ester, para permitir aos Judeus de Shushán (a capital da Pérsia, que, por coincidência, era uma cidade com muralha) acabar com os seus inimigos. A festividade que ocorre nestes locais chama-se Shushán Purim.

Houve duas formas, durante a História, com que se tentou destruir o Povo Judeu: física ou espiritualmente. Os nossos inimigos usaram as duas. Hánuca é a celebração da vitória sobre aqueles que tentaram e falharam em nos assimilar culturalmente (os Gregos e as suas culturas derivadas). Purim é a celebração da vitória sobre aqueles que tentaram e falharam em nos destruir fisicamente (os Persas, por exemplo).

Por que usamos fantasias e máscaras em Purim? Em lugar algum da Meguilá Ester o nome de D’us é mencionado. Se alguém assim o desejar, poderá ver a história de Purim como uma sequência de coincidências, totalmente desprovida de Influência Divina. Da mesma forma que nos escondemos atrás de máscaras e fantasias, mas a nossa essência está lá, assim D’us tinha “escondido a Sua face”, atrás das ‘forças’ da história, mas lá estava Ele dirigindo os acontecimentos.
Por que fazemos barulho sempre, que o nome de Hamán é mencionado durante a leitura da Meguilá? Hamán pertencia ao povo de Amalêk, um povo que personifica o mal e que a Torá nos ordenou exterminá-lo. Ao ‘desfigurarmos’ o nome de Hamán durante a leitura, estamos, simbolicamente, aniquilando Amalêk e todo o mal que ele representa.
A festividade é celebrada ouvindo-se a leitura da Meguilá sábado à noite e domingo de manhã, que traz o relato de todos os factos ocorridos em Purim. Durante o dia (domingo) cumprimos outras três mitsvót: 1) Matanót L’Evioním --dar dinheiro ou presentes a pelo menos duas pessoas pobres; 2) dar pelo menos dois alimentos prontos a no mínimo uma pessoa (chamado Mishlôah Manót, “o envio de porções”, que também pode ser feita através de um intermediário) e 3) comer uma Seudá, uma refeição festiva, onde devemos beber vinho.
De certa maneira, Purim é ‘maior’ que Yom Kipur. Em Yom Kipur nós jejuamos e é fácil para a nossa
alma ter domínio sobre o corpo. Purim, por outro lado, é o melhor exemplo da integração do físico e do espiritual e da consciencialização do amor que D’us tem por nós. A única coisa que se interpõe entre o Todo-Poderoso e você --é você. O vinho e o espírito do dia nos ajudam a ultrapassar esta barreira.
As mitsvót de Mishlôah Manót e de dar presentes aos pobres foram ordenadas para gerar um amor fraterno entre todos os Judeus. Quando há unidade e amor entre nós, mesmo os transgressores se tornam pessoas correctas e os nossos inimigos não conseguem causar-nos nenhum dano!
Todos gostaríamos que os nossos filhos tivessem os mesmo valores e interesses que nós, mas frequentemente nos surpreendemos com o facto que isto não acontece. A menos que propiciemos experiências e trocas de ideias sobre as coisas que valorizamos e apreciamos, os nossos filhos terão experiências diferentes... e muito possivelmente valores diferentes. Não podemos decretar e impor-lhes apreço pelo Judaísmo. O que PODEMOS fazer é propiciar-lhes experiências Judaicas positivas – como Purim! – e as nossas crianças começarão a ter algo a amar e admirar no facto de serem Judias!
Gostaria de saber mais sobre Purim? Entre em http://www.aish.com/espanol/festividades/purim