31.3.07

Pessach e a Hagada



Shalom! O primeiro Seder é nesta segunda-feira à noite, 2 de Abril. O segundo Seder é na noite seguinte, dia 3. Desejo a si e à sua família que possam celebrar Pessach com muita alegria!

Precisa de ler toda a Hagadá ou pode pular as partes chatas?

A leitura da Hagadá é a forma pela qual cumprimos a mitsvá de relatar a saída do Povo Judeu do Egipto na noite de Pessach. Para captar todo o benefício desta mitsvá, precisa-se ler e entender todo o texto da Hagadá. Isto significa que se você não entende hebraico, não deve lê-la em hebraico.

Isto também implica que deve esforçar-se para entender os profundos significados e mensagens da Hagadá.

Encare a coisa desta forma: Imagine que ao mexer numa mala de canfora, encontra um velho e empoeirado manuscrito do seu bisavô. Você não ficaria curioso de ver o que ele escreveu? E se estivesse escrito nas primeiras linhas: Às minhas queridas crianças: este é o livro mais importante que jamais leram. É sobre a vida judaica e a sabedoria de viver, escrito por um Judeu que dedicou a sua vida à procura da sabedoria. Incontáveis horas foram empregues para escolher e

escrever as palavras e os pensamentos que, creio eu, servirão como um guia fiel para a vida e como uma chave para a sua liberdade...

As páginas amareladas daquele manuscrito são as tradicionais folhas da Hagadá. Aquele bisavô é a sabedoria colectiva dos nossos grandes Sábios. Você é o herdeiro a quem se dirigem aquelas palavras e o legado da liberdade é seu para explorá-lo. Ao invés de colocá-la de lado ou pular as partes chatas, por que não passar algum tempo lendo uma Hagadá com comentários que você consiga entender, recolhendo as profundas sabedorias que aguardam ser reveladas a você e à sua família?!

O que é Sefirat HaÓmer?

No segundo dia de Pessach, a oferenda do Ómer (da nova colheita de cevada) era trazida ao Templo Sagrado, em Jerusalém. Aí se iniciava um período de contagem e preparação para Shavuót, o aniversário do recebimento da Torá e da celebração anual da re-aceitação da Torá pelo Povo Judeu. Este período é chamado Sefirat HaÓmer, a contagem do Ómer.

Quarenta e nove dias são contados e o quinquagésimo dia é Shavuót, o Yom Tov que comemora a outorga da Torá. Hoje em dia praticamos esta mitsvá depois de Arvit, a prece noturna.

Este é um período de semi-luto Judaico (não se realizam casamentos, nem mesmo cortes de cabelo). Foi durante este período que 24.000 alunos de Rabi Akiva morreram por não demonstrarem o devido respeito um ao outro. É um tempo para reflectirmos sobre como encaramos e tratamos o nosso semelhante e sobre as tragédias que nos atingiram por causa do ódio infundado. É um óptimo período para fazermos um acto extra de bondade, ajudando a trazer a perfeição ao mundo e a unidade entre os Judeus.

Estes 50 dias também correspondem às sete semanas depois do Êxodo do Egipto, quando o Povo Judeu se preparou para receber a Torá no Monte Sinai. Quando partimos do Egipto, estávamos no 49º nível de Tumá (degradação espiritual). A cada dia escalamos um degrau em espiritualidade e santidade. Muitas pessoas estudam os 48 Caminhos da Sabedoria(Pirkêi Avót, 6:6) durante estes dias.