2.2.07

Porção Semanal da Torá: Beshalách

Shemót (Êxodus) 13:17 - 17:16

O Povo Judeu parte do Egipto. O Faraó arrepende-se de tê-los deixado partir, persegue-os, liderando a sua cavalaria de elite e um grande exército. Os Judeus rebelam-se e gritam com Moshe: “Não foi suficiente o que sofremos no Egipto? Por que nos trouxe aqui, para morrermos no deserto?” O Yám Suf, o Mar Vermelho,
abriu-se, os Judeus o atravessaram, os egípcios os perseguiram, o mar fechou-se e afogou todos os egípcios.
Moshe e os homens, Miriam e as mulheres, em separado, cantaram louvores de agradecimento ao Todo-Poderoso.
Eles chegam a Mará e rebelam-se por causa da água amarga que lá havia para se beber. Moshe atira uma determinada árvore para dentro da água, transformando-a em água potável. O Todo-Poderoso, então, fala aos Israelitas: “Se vocês obedecerem ao Todo-Poderoso, seu D’us, e fizerem o que é correcto aos Seus olhos, cuidadosamente observando os Seus mandamentos e cumprindo todos os Seus decretos, então não os afligirei com todas as doenças que trouxe ao Egipto. Eu sou D’us, Aquele que os cura”. (É por isto que a Hagadá de Pessach tenta provar que houve mais de 10 pragas no Egipto -- quanto maior o número de aflições que lá ocorreram, maior o número de doenças das quais estamos protegidos).
Depois os Israelitas rebelam-se novamente, alegando falta de comida; D’us envia-lhes codornizes e o maná (Uma porção dupla era dada às sextas-feiras para ser comida também no Shabat. No Shabat usamos duas halót para comemorarmos as duas porções de maná que D’us nos mandava naquela época). Moshe os instrui sobre as leis do Shabat. Na localidade de Refidim rebelam-se novamente, exigindo água. D’us ordena Moshe a bater numa pedra, que então jorra água para saciar a sede do povo. Finalmente, a porção conclui com a guerra contra Amalêk e o mandamento de “exterminar a lembrança de Amalêk da face da Terra”.

Dvar Torá: baseado no livro Growth Through Torah, do Rabino Zelig Pliskin
A Torá declara: “E quando o Faraó expulsou o Povo Judeu, o Todo-Poderoso não os guiou pelo caminho das terras dos Filisteus, que era o mais curto, pois disse o Todo-Poderoso:
‘Quero evitar que não se arrependa o Povo (de ter saído do Egipto) ao ver guerra e queiram retornar ao Egipto’. (Shemót 13:17)”. A grande pergunta que se faz sobre este versículo é: Como é possível que após terem sofrido tanto no Egipto e após todos os milagres que D’us fez para eles, o Povo Judeu ainda pudessem considerar a hipótese de voltar ao Egipto?
O Rabino Yehuda Leib Chasman (Lituânia, 1869-1935) explica, baseando-se neste versículo, que o homem é constituído de um corpo e de uma alma. Mesmo a pessoa estando num nível espiritual muito elevado, ela pode cair. Portanto, para manter-se no seu patamar, precisa estar sempre vigilante.
Num determinado momento, a pessoa pode estar muito elevada. Entretanto, se entra em pânico, pode se comportar de uma maneira bastante imatura e pôr tudo a perder. Era isto o que poderia ter acontecido naqueles momentos pós-saída do Egipto: mesmo tendo uma consciência muito grande da bondade Divina, o Povo Judeu poderia pôr tudo a perder muito rapidamente por causa do medo de uma
guerra com os Filisteus.
Este mesmo conceito sobre a instabilidade espiritual de uma pessoa também nos dá uma grande esperança, conclui o Rabino Yehuda Leib. Se tivermos a possibilidade de cair rapidamente, podemos nos erguer rapidamente, também. Nunca nos desesperemos quando sentirmos que estamos num nível baixo.
Se estivermos sinceramente decididos a empreender uma ‘escalada’ espiritual, temos a capacidade de nos colocarmos instantaneamente de volta no caminho da vida. Não perca tempo com auto-piedade se sentir que não está no nível que gostaria de estar. Tenha consciência, que pode conseguir atingir grandes alturas a qualquer momento - logicamente, se tiver a vontade e a determinação de fazê-lo! Mãos à obra!
SHABAT SHALOM