Europa em perigo de extinção
Adeus Europa
Num recente artigo do Jerusalem Post em tom gritante mas factualmente negro, o colunista Michael Freund apresentou factos que representam muito possivelmente o maior problema na Europa actual: o perigo de extinção. Essa extinção não é a de uma qualquer espécie animal rara, mas da própria Europa, da sua identidade tal como a conhecemos actualmente. E que tradicionalmente tomamos como a “moderna identidade europeia” forjada nos últimos séculos, desde talvez a Revolução Francesa.
O primeiro dos problemas apresentados por Freund é a evidente diminuição da fertilidade na população europeia. Um estudo da Rand Corporation revelou que as taxas de fertilidade estão em queda e os tamanhos das famílias a encolherem de década para década. Em todos os estados-membros da União Europeia, as taxas de fertilidade estão abaixo do valor de 2,1 filhos por mulher, o limiar absoluto de manutenção populacional. E este desastre silencioso alastrou por toda a Europa em apenas 20 anos.
No fundo da escala estão a Espanha, a Itália e a Grécia, países que há 30 anos tinham mesmo algumas das mais altas taxas de fertilidade do Velho Continente. Hoje, apresentam um valor a rondar os 1,3 filhos por mulher. Só no caso de Itália, a manter-se esta situação, a população descerá em mais de 1/3 nos próximos 25 anos. Na Alemanha, 30% das mulheres simplesmente não têm filhos. Nenhum.
Em 15 dos 27 estados da EU o número total de mortes anuais já excede o número de nascimentos. Na Europa, em termos absolutos, em 2004, morreram mais pessoas do que as que nasceram. Os cemitérios enchem enquanto as maternidades e os infantários têm cada vez menos demanda.
A par desta tragédia, um outro facto acontece paralelo e que significa só por si uma extrema alteração no panorama global da Europa: ao mesmo tempo que os Europeus caminham em direcção ao declínio, a população muçulmana na Europa Ocidental está em larga expansão.
Como refere Mark Steyn no seu recente livro América Alone, “Qual é a população muçulmana de Roterdão, Holanda? Quarenta por cento. Qual é o nome de bebé mais popular na Bélgica? Mohammed. Em Amsterdão? Mohammed. Em Malmoe, na Suécia? Mohammed.” Em Inglaterra e Gales há hoje mais bebés chamados Mohammed do que George. Referindo-se a este facto com a tradicional ironia britânica o Daily Telegraph, disse que ele reflecte a diversidade étnica da população.
Se é verdade que com estes dados, a diversidade é a verdade mais evidente e até colorida, por outro lado também representa já a curto e inexoravelmente a longo prazo, uma mudança profunda em toda a paisagem humana do Continente.
E essa mudança cada vez mais veloz pode não ser – e não creio que realmente seja – a favor da Europa que conhecemos hoje. O Islão é, sem dúvida, a religião que mais cresce na Europa (e, já agora refira-se que também nos EUA). Projecções de um departamento federal dos EUA indicam que os 20 milhões de muçulmanos na UE, irão duplicar até 2025.
Como notou o autor Bruce Bawer em While Europe Slept (Enquanto a Europa Dormia, muito a propósito), em várias regiões da Europa Ocidental, 16 a 20% das crianças são hoje muçulmanas. Ou seja, num par de gerações vários estados europeus terão maiorias islâmicas.
Que implicações têm todas estas realidades no futuro da Europa? A tendência, numa sociedade onde desponta uma nova minoria em rápido crescimento, é o consequente crescimento das reclamações políticas e sociais dessa minoria. Aos poucos haverá mais e mais parlamentares representantes da minoria nos parlamentos da Europa (actualmente já existem em países como a França, Reino Unido ou Alemanha).
Mesmo num quadro em que os governos europeus decidam agir em favor da reversão da situação actual, e o consigam realizar, o que parece altamente improvável, os seus primeiros e discretos resultados aparecerão várias décadas antes de os seus efeitos sejam realmente sentidos.
E no entretanto, por força da sua influência crescente, a lei nacional tenderá por um lado a considerar acomodar costumes e regras da lei islâmica, actualmente não muito bem vistos pela sociedade europeia, como sejam o papel da mulher e da família. Por outro, os líderes políticos serão forçados pela opinião pública tradicional a ignorar a demanda dos seus cidadãos muçulmanos em reconhecer esses novos costumes como lei.
Inevitavelmente, o crescimento de uma cultura tomada na maior parte do Continente como “externa” e em parte “hostil” ou até “contrária” à cultura europeia irá causar reacções de oposição da população tradicional dos países. E como a evolução da situação é, inexoravelmente, para o crescimento da população muçulmana e decréscimo acentuado da população original, o panorama será certamente um conflito aberto. Num termo: guerra civil.
Para Israel, isso significa apenas o consumar de um processo já actualmente em curso: a tendência do alinhamento da Europa com o Mundo Árabe e a oposição a Israel. Até já há franjas da classe política na Europa que discutem (mesmo que discretamente) a legitimidade da existência de Israel.
Todo o panorama externo da Europa irá mudar. Já vemos isso hoje. O tradicional alinhamento Europa-EUA em muitas questões internacionais já não é hoje um facto seguro. A tendência será um desvio cada vez maior nos pontos de vista dos dois lados do Atlântico.
Imaginemos o que aconteceu aos índios na América, os africanos ou os indianos, com a chegada repentina dos brancos há alguns séculos atrás. Toda as culturas foram eternamente e drasticamente alteradas. Secções importantes desses povos pura e simplesmente desapareceram. Agora imaginemos um panorama idêntico mas em que é a cultura europeia a que está sob um implacável e imparável ataque. Toda a História é, sem dúvida uma eterna transformação. Nada é estático. Chegou a hora da Europa passar para a parte decrescente do gráfico.
Como concluiu sarcasticamente Michael Freund a sua crónica: se nunca viu a Torre Eiffel ao vivo, é melhor não adiar muito. É que, antes que dê por isso, ela pode bem virar um minarete.
Num recente artigo do Jerusalem Post em tom gritante mas factualmente negro, o colunista Michael Freund apresentou factos que representam muito possivelmente o maior problema na Europa actual: o perigo de extinção. Essa extinção não é a de uma qualquer espécie animal rara, mas da própria Europa, da sua identidade tal como a conhecemos actualmente. E que tradicionalmente tomamos como a “moderna identidade europeia” forjada nos últimos séculos, desde talvez a Revolução Francesa.
O primeiro dos problemas apresentados por Freund é a evidente diminuição da fertilidade na população europeia. Um estudo da Rand Corporation revelou que as taxas de fertilidade estão em queda e os tamanhos das famílias a encolherem de década para década. Em todos os estados-membros da União Europeia, as taxas de fertilidade estão abaixo do valor de 2,1 filhos por mulher, o limiar absoluto de manutenção populacional. E este desastre silencioso alastrou por toda a Europa em apenas 20 anos.
No fundo da escala estão a Espanha, a Itália e a Grécia, países que há 30 anos tinham mesmo algumas das mais altas taxas de fertilidade do Velho Continente. Hoje, apresentam um valor a rondar os 1,3 filhos por mulher. Só no caso de Itália, a manter-se esta situação, a população descerá em mais de 1/3 nos próximos 25 anos. Na Alemanha, 30% das mulheres simplesmente não têm filhos. Nenhum.
Em 15 dos 27 estados da EU o número total de mortes anuais já excede o número de nascimentos. Na Europa, em termos absolutos, em 2004, morreram mais pessoas do que as que nasceram. Os cemitérios enchem enquanto as maternidades e os infantários têm cada vez menos demanda.
A par desta tragédia, um outro facto acontece paralelo e que significa só por si uma extrema alteração no panorama global da Europa: ao mesmo tempo que os Europeus caminham em direcção ao declínio, a população muçulmana na Europa Ocidental está em larga expansão.
Como refere Mark Steyn no seu recente livro América Alone, “Qual é a população muçulmana de Roterdão, Holanda? Quarenta por cento. Qual é o nome de bebé mais popular na Bélgica? Mohammed. Em Amsterdão? Mohammed. Em Malmoe, na Suécia? Mohammed.” Em Inglaterra e Gales há hoje mais bebés chamados Mohammed do que George. Referindo-se a este facto com a tradicional ironia britânica o Daily Telegraph, disse que ele reflecte a diversidade étnica da população.
Se é verdade que com estes dados, a diversidade é a verdade mais evidente e até colorida, por outro lado também representa já a curto e inexoravelmente a longo prazo, uma mudança profunda em toda a paisagem humana do Continente.
E essa mudança cada vez mais veloz pode não ser – e não creio que realmente seja – a favor da Europa que conhecemos hoje. O Islão é, sem dúvida, a religião que mais cresce na Europa (e, já agora refira-se que também nos EUA). Projecções de um departamento federal dos EUA indicam que os 20 milhões de muçulmanos na UE, irão duplicar até 2025.
Como notou o autor Bruce Bawer em While Europe Slept (Enquanto a Europa Dormia, muito a propósito), em várias regiões da Europa Ocidental, 16 a 20% das crianças são hoje muçulmanas. Ou seja, num par de gerações vários estados europeus terão maiorias islâmicas.
Que implicações têm todas estas realidades no futuro da Europa? A tendência, numa sociedade onde desponta uma nova minoria em rápido crescimento, é o consequente crescimento das reclamações políticas e sociais dessa minoria. Aos poucos haverá mais e mais parlamentares representantes da minoria nos parlamentos da Europa (actualmente já existem em países como a França, Reino Unido ou Alemanha).
Mesmo num quadro em que os governos europeus decidam agir em favor da reversão da situação actual, e o consigam realizar, o que parece altamente improvável, os seus primeiros e discretos resultados aparecerão várias décadas antes de os seus efeitos sejam realmente sentidos.
E no entretanto, por força da sua influência crescente, a lei nacional tenderá por um lado a considerar acomodar costumes e regras da lei islâmica, actualmente não muito bem vistos pela sociedade europeia, como sejam o papel da mulher e da família. Por outro, os líderes políticos serão forçados pela opinião pública tradicional a ignorar a demanda dos seus cidadãos muçulmanos em reconhecer esses novos costumes como lei.
Inevitavelmente, o crescimento de uma cultura tomada na maior parte do Continente como “externa” e em parte “hostil” ou até “contrária” à cultura europeia irá causar reacções de oposição da população tradicional dos países. E como a evolução da situação é, inexoravelmente, para o crescimento da população muçulmana e decréscimo acentuado da população original, o panorama será certamente um conflito aberto. Num termo: guerra civil.
Para Israel, isso significa apenas o consumar de um processo já actualmente em curso: a tendência do alinhamento da Europa com o Mundo Árabe e a oposição a Israel. Até já há franjas da classe política na Europa que discutem (mesmo que discretamente) a legitimidade da existência de Israel.
Todo o panorama externo da Europa irá mudar. Já vemos isso hoje. O tradicional alinhamento Europa-EUA em muitas questões internacionais já não é hoje um facto seguro. A tendência será um desvio cada vez maior nos pontos de vista dos dois lados do Atlântico.
Imaginemos o que aconteceu aos índios na América, os africanos ou os indianos, com a chegada repentina dos brancos há alguns séculos atrás. Toda as culturas foram eternamente e drasticamente alteradas. Secções importantes desses povos pura e simplesmente desapareceram. Agora imaginemos um panorama idêntico mas em que é a cultura europeia a que está sob um implacável e imparável ataque. Toda a História é, sem dúvida uma eterna transformação. Nada é estático. Chegou a hora da Europa passar para a parte decrescente do gráfico.
Como concluiu sarcasticamente Michael Freund a sua crónica: se nunca viu a Torre Eiffel ao vivo, é melhor não adiar muito. É que, antes que dê por isso, ela pode bem virar um minarete.
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