11.10.06

UMA HISTÓRIA PARA SE VIVER




















No Sábado a noite é Simchat Torá, o dia mais alegre do ano.
Nesse dia dançamos com a Torá durante o dia inteiro.
Isso é um pouco incomum. A Torá é um livro sério e complicado, e parece um pouco desrespeitoso apenas dançar com ela o dia inteiro sem estudar uma única palavra nesse dia tão propício!

Para entender, aqui está uma história curta contada por um Rabino.

O Rabino de uma certa cidade era um grande Estudioso do Talmud. Como ele também era encarregado pelos fundos da Yeshivá, tinha que viajar várias vezes durante o ano para colectar dinheiro dos homens de negócio das comunidades locais.
Ele nunca tinha problemas, porque era boa a sua reputação, sempre era tratado com grande honra e recebia grandes doações.
No entanto, aconteceu uma vez que ele se perdeu e a uma hora antes do Shabat, estava numa cidade isolada onde não havia nenhum judeu.
Ele ficou muito perturbado com a sua “falta de sorte” pois não teria como rezar com um grupo de dez judeus ou mesmo ouvir a leitura da Torá. Seguiu para a pensão mais próxima, pagou por um quarto e pediu duas velas para cumprir o mandamento das velas do Shabat. Antes de acendê-las, foi para um canto e rezou a oração da tarde (Minchá) chorando muito e com um coração partido.
O seu único consolo é que havia trazido consigo um livro do Talmud e poderia pelo menos mergulhar sem interrupção no seu estudo durante todo o Shabat.
Então, assim que se preparava para acender as velas, parou uma rica carruagem na frente da pensão e um homem muito bem vestido entrou e se sentou numa das poltronas.
Enquanto isso, o Rabino acendeu as velas e, quando notou o visitante a olhar para as chamas das velas, começou a conversar com ele.
Na realidade esse homem era judeu e, assim como muitos dos seus irmãos, tinha abandonado as práticas dos seus antepassados e agora estava a caminho de um encontro de trabalho.
O nosso Rabino sugeriu que ele ficasse para o Shabat e, quando ele recusou, o Rabino começou a explicar a grandeza do Shabat, a severidade da sua transgressão, e as maravilhas do Judaísmo em geral.
Ele nunca tinha encontrado alguém realmente tão confuso quanto esse homem e, para a sua surpresa, ele ficou a ouvir a sua conversa e concordou em ficar!
Durante todo o Shabat o Rabino esqueceu-se do seu Talmud e ocupou-se somente com esse ‘estranho’; contando-lhe histórias, escutando os seus problemas, etc. etc. e o seu trabalho rendeu frutos. O ‘estranho’ resolveu voltar para o Judaísmo.
Quando o Rabino viu que conseguiu esse efeito noutro judeu, erguendo as chamas da essência do seu coração, isso mexeu com ele e lhe concedeu uma nova devoção a D’us e a sua Torá.
Ele revelou que um Judeu pode estar acima da própria Torá.

E é isso o que essa festa de Simchat Torá enfatiza; que os JUDEUS estão FELIZES com a Torá, porque temos a habilidade de ERGUÊ-LA e mesmo fazê-la dançar!