4.8.06

Porção Semanal da Torá: Vaet’hanan

Devarim (Deuteronômio) 03:23 - 07:11

Moshe suplica a D’us que o deixe entrar na Terra Santa, mas o seu pedido é rejeitado. (Lembre-se, D’us sempre responde às nossas orações — às vezes com um “sim”, às vezes com um “não”). Moshe ordena ao Povo de Israel a não acrescentar nem subtrair nada à Torá e a cumprir todos os mandamentos. Relembra-os que D’us não tem forma nem figura e que não devemos idolatrar ou fazer ídolos de espécie alguma.
As cidades de Bézer, Ramós e Golán são designadas cidades-refúgio no lado leste do Rio Jordão. Alguém que tivesse assassinado por acidente poderia escapar para lá para evitar a vingança dos parentes do falecido.
Os Dez Mandamentos são repetidos para todo o Povo Judeu. Moshe explica o Shemá Israel, afirmando a unicidade de D’us, a Quem todos nós devemos amar e transmitir os Seus mandamentos para a geração seguinte. Os homens devem usar Tefilin sobre o braço e a cabeça e colocar Mezuzá no batente das portas do seu lar (excepto na da casa de banho).
Moshe então transmite-lhes o mandamento do Todo-Poderoso para não realizarem casamentos mistos, “pois isto afastará os seus filhos para longe de Mim (Devarim 7:3-4)”.

Dvar Torá: baseado no livro Growth Through Torah, do Rabino Zelig Pliskin
Nesta porção semanal Moshe declara: “Percebam que lhes ensinei os estatutos e as leis que D’us me ordenou transmitir-lhes em meio à terra (Devarim 4:5)”. O que aprendemos das palavras “em meio à terra”?
Os filósofos de todas as nações têm ensinado que se alguém quer viver uma vida de santidade e aperfeiçoar a sua alma, deve fugir de locais habitados e viver sozinho e retirado, em algum lugar longínquo. Assim conseguirá se separar das outras pessoas e das tentações deste mundo.
Este não é o caminho da Torá. Moshe falou ao povo judeu: “Eu os ensinei a seguir os mandamentos Divinos em meio à terra”, isto é, vocês devem viver uma vida elevada entre as demais pessoas. A verdadeira santidade e perfeição são obtidas justamente ao vivermos entre os demais e nos comportarmos, tanto em relação a D’us como em relação aos semelhantes, de uma maneira consistente com os valores da Torá.
O ideal da Torá é trazer santidade e idealismo a todos os aspectos do empenho humano. Se vivermos sozinhos e isolados talvez fiquemos livres da raiva, da inveja, de causar sofrimento a outras pessoas, etc. Por outro lado, perderemos oportunidades de praticar a bondade, o amor e a compaixão. Mais ainda: o verdadeiro teste de controlarmos a nossa raiva ou comportarmo-nos honestamente é quando temos que conviver em sociedade. Somente estando na companhia de outras pessoas é que podemos cumprir todos os aspectos da Torá. E isto é particularmente verdadeiro em relação ao casamento, onde constantemente nos aparecem oportunidades de nos comportarmos de maneira nobre, carinhosa e respeitosa com o nosso cônjuge.
Mãos à obra, queridos leitores!