27.4.06

Porção Semanal da Torá: Tazría - Metsorá

Vaikrá (Levíticus) 12:1 - 15:33

A Torá continua a relatar as leis de pureza física e espiritual. Esta Porção focaliza a Tsaráat, um tipo de sofrimento físico causado por transgredir as leis referentes à fala (não caluniar, não mentir, não falar palavrões, não fofocar, etc.) e o seu processo de purificação. Tsaráat aflige, progressivamente, a casa, as roupas e a pele da pessoa, a menos que purifique a sua forma de falar.
Há duas categorias de transgressões possíveis ao se falar:
1) Lashón HaRá (literalmente, ‘má língua’) -- fazer uma declaração prejudicial ou que cause desprezo à outra pessoa, mesmo que esteja falando a verdade;
2) Rehilút (fofoca) -- dizer para uma pessoa as coisas negativas que outro disse ou cometeu contra ela.
Muitas pessoas falam Lashón Hará porque simplesmente desconhecem as suas leis. A única cura para isto é estudar. Existe, em português, um excelente livro chamado ‘Chafets Chaim – Uma Lição a Cada Dia’. Também é possível obter mais informações (em inglês) no nosso site na Internet (http://www.aish.com/stoplh/default.asp) ou no site da Fundação Chafets Chaim (www.chofetzchaimusa.org). Eles oferecem também o serviço (gratuito) de envio de lições diárias, via e-mail, sobre o assunto. Desfazer o mal causado pela fala é comparado a tentar recolher todas as penas de um travesseiro -- depois que foram soltas durante uma tempestade de vento.
A segunda Porção Semanal, Metsorá, relata o processo de purificação para o metsorá, a pessoa que foi atingida pela Tsaráat.

Dvar Torá: baseado no livro Growth Through Torah, do rabino Zelig Pliskin
A Torá declara em relação àquele que encontra Tsaráat (uma doença espiritual) na sua casa: “E aquele que possui uma casa deve aproximar-se e falar ao Cohen: ‘Parece-me que existe uma doença na minha casa’ (Vaikrá 14:35)”. Por que a Torá nos conta que ele deve dizer ‘Parece-me’ ao invés de dizer ‘Existe uma doença na minha casa’?
O Rabino Yeruchem Levovitz (Polônia 1874-1936) salienta o facto de que existe muito pouca diferença entre as expressões ‘existe’ e ‘parece-me’. Além de tudo, a decisão sobre se a casa está afligida com Tsaráat depende do Cohen e não do seu dono. Entretanto, a Torá ensina-nos uma lição muita prática sobre como devemos nos expressar nas nossas conversas quotidianas.
Muitos pensam que aquilo que estão a dizer é o correcto, mas freqüentemente erram por possuírem informações erradas, por fazerem análises precipitadas ou por não conseguir captar toda a situação. Ao reconhecermos primeiramente esta nossa característica e ao introduzirmos as nossas frases com a expressão ‘Parece-me que ...’, fica mais fácil conceder que existam outras pessoas com opiniões correctas, e também se torna mais fácil que outras pessoas concordem com o nosso ponto de vista.
É um bom método para facilitarmos a nossa comunicação e descobrirmos a verdade no nosso dia a dia!