Rosh HaShaná - Ano Novo Judaico
BOM DIA!Rosh HaShaná começa na próxima sexta-feira ao entardecer, dia 22 de Setembro!
Muitos Judeus por todo o mundo estão atarefados em garantir que tenham lugares reservados nas suas sinagogas.
Lembro-me de uma história sobre uma pessoa que tinha que entregar uma mensagem muito importante a um homem na sinagoga em Rosh HaShaná. O porteiro não o deixou entrar porque não tinha reserva. “Por favor, só preciso de um instante para entregar a mensagem!” “Nem pensar!”, disse-lhe o porteiro. “Não tem reserva, não entra !”
“Por favor”, implorou o homem, “Prometo... não vou rezar!”
Qual a Essência de Rosh HaShaná e Como o Observamos?
Rosh HaShaná é o Ano Novo Judaico. Diferente do Ano Novo secular, que é celebrado em muitas partes do mundo ‘civilizado’ com festanças, bailes, bebidas alcoólicas em excesso, assiste-se aos fogos de artifício na praia, etc., o Ano Novo Judaico é celebrado reflectindo-se sobre o passado, corrigindo os nossos erros, planeando para o futuro, orando por saúde, por um ano doce e celebrando, em família, com refeições festivas.
O Rabino Nachum Braverman, do Êsh HaTorá de Los Angeles, escreveu: “ Em Rosh HaShaná fazemos um balanço do nosso ano e oramos repetidamente pedindo vida. Como justificaremos mais um ano de vida? O que fizemos com este ano? Foi um período de crescimento, introspecção e interesse pelos demais? Fizemos bom uso do nosso tempo ou o esbanjamos? Foi realmente um ano de vida ou meramente um ‘passar de tempo’? Agora é a hora de nos avaliarmos e reordenarmos as nossas vidas. Este processo é chamado “Teshuvá”, voltar para casa – reconhecendo os nossos erros entre nós e D’us, bem como entre nós e os nossos semelhantes. E corrigi-los”.
Em Rosh HaShaná rezamos pedindo para sermos inscritos no Livro da Vida, pedimos por saúde, por sustento. É o Dia do Julgamento. Mesmo assim, nós o celebramos com refeições festivas, na companhia de familiares e amigos. Como podemos celebrar quando as nossas vidas estão suspensas numa balança? Definitivamente, confiamos na bondade e na misericórdia do Todo-Poderoso. Sabemos que Ele conhece os nossos corações e as nossas intenções, e com amor e sabedoria decidirá o que é melhor para nós, assim confirmando o Seu decreto para cada um de nós, para este ano que se inicia.
Muitas pessoas perguntam: Não faria mais sentido que o Dia do Perdão (Yom Kipur) viesse antes do Dia do Julgamento (Rosh HaShaná)? A resposta é que, até que reconheçamos o nosso Criador e compreendamos a magnitude e as consequências dos nossos actos, não conseguiremos realmente modificar-nos e procurar perdão pelos erros cometidos. Este é o motivo pelo qual os três temas principais de Rosh HaShaná são: Malchuiot (Reinado), Zichronot (Providência) e Shofarot (Revelação). A oração de Mussaf é também estruturada ao redor destes três temas.
O ‘Livro de Nossa Herança’, de autoria do Rabino Eliahu Kitov (disponível, em inglês, no site http://www.eichlers.com/, sob o título ‘The Book of Our Heritage’), elucida:
No trecho da reza conhecido como Malchuiot (Reinado), nós reconhecemos D’us como o criador de tudo o que existe no universo e declaramos a nossa aceitação das Suas regras eternas. No trecho conhecido como Zichronot (Providência) proclamamos o nosso entendimento de que:
1) O Todo-Poderoso mantém um relacionamento com cada ser humano individualmente;
2) D’us importa-se com o que fazemos das nossas vidas e lembra-se de tudo; e
3) Existem consequências Divinas pelas nossas atitudes. No trecho conhecido como Shofarot (Revelação) nós aceitamos a Torá como se estivesse sendo outorgada novamente hoje, sob trovões e relâmpagos e um poderoso toque de Shofár, da mesma maneira que o foi há mais de 3.300 anos no Monte Sinai. Também aguardamos a redenção final que será anunciada com o ‘Shofár do Mashiach (Messias) ‘.
Nas refeições das duas noites de Rosh HaShaná (sexta e sábado à noite, 22 e 23 de Setembro) existe o costume de mergulharmos a Halá, um pão especialmente trançado, bem como uma maçã em mel, simbolizando as nossas esperanças de um ano doce. Existe um costume de comermos várias Comidas Simbólicas – na sua maioria frutas e vegetais – cada uma delas precedida por um pedido. Por exemplo, antes de comer uma romã, pedimos: “Possa ser a Sua vontade... que os nossos méritos sejam tantos como as sementes de uma romã”. Muitos pedidos estão baseados em jogos de palavras (em hebraico) entre o nome do alimento e o pedido em si. Como estes jogos de palavras se perdem quando a pessoa não entende hebraico, existem aqueles que fazem os seus próprios pedidos.
Outro costume é o Tashlich, um arremesso simbólico das nossas transgressões. Este ano é feito no domingo à tarde, depois da oração de Minchá (a oração da tarde). Entretanto, lembrem-se: estes actos simbólicos servem apenas para ajudar a sintonizarmos com o que precisamos fazer da vida, para despertar as nossas emoções e paixões. Não são um fim em si e com certeza não são o ponto principal de Rosh HaShaná.
Para mais informações sobre crescimento espiritual em Rosh HaShaná , clique em www.aish.com/holidays/the_high_holidays/default.asp . Assista também ao mini-filme (em inglês) sobre como ter boas atitudes em Rosh HaShaná: www.aish.com/a/highh.asp.
Por que Aumentamos a nossa Caridade (Tsedaká) antes de Rosh HaShaná?
“Teshuvá, Tefilá e Tsedaká – arrependimento, orações e caridade – anulam um mau decreto”. Esta é a oração que repetimos inúmeras vezes durante a reza de Rosh HaShaná.
Cada um de nós só quer o melhor para si e para a sua família. Já que D'us está a julgar-nos no Rosh HaShaná , o Dia do Julgamento, faz sentido ‘aumentarmos as nossas vantagens’ ao máximo que pudermos. É lógico: devemos corrigir os nossos caminhos e estabelecer uma trajectória para um aprimoramento pessoal e espiritual, e é lógico também que devemos rezar para conectarmos as nossas almas ao Todo-Poderoso e fazer os nossos pedidos de saúde, alegria e sucesso.
Mas por que dar dinheiro? A palavra Hebraica Tsedaká é geralmente traduzida como caridade. Na verdade, significa ‘justiça’. Ao praticarmos a justiça – apoiando aquelas causas que preenchem a vontade do Criador – estaremos a ganhar, para nós e para as nossas famílias, méritos muito necessários e desejados. Não estamos, de forma alguma, ‘comprando a nossa defesa’ ou (como se fosse possível!) ‘comprando’ D'us; estamos, isto sim, demonstrando que entendemos o nosso propósito e o propósito Dele: trazer ao mundo justiça, fortalecendo o Povo Judeu e a Torá.
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