21.12.05

Ranuká, A Festa das Luzes

25 de Kislev a 02 de Tevet
26 de Dezembro a 2 de Janeiro

Chanuká é comemorada durante 8 dias, a partir do dia 25 de Kislev. Em hebraico, significa consagrar, inaugurar e refere-se à purificação do Grande Templo de Jerusalém comemorando assim a sua reconquista e a restauração das práticas judaicas após a guerra travada entre os helenistas e os macabeus.

A história
Antíoco IV, Rei dos Selêucidas (sírios que ocupavam Israel), numa tentativa de exterminar o judaísmo, tomou e profanou o Templo Sagrado de Jerusalém, exigindo que os judeus abandonassem a sua fé. Entre outras coisas, Antíoco proibiu exactamente os mandamentos da Torá que constituíam o vínculo entre D'us e o povo judeu, ou seja, as proibições estritamente relacionadas com a religião. Os judeus foram proibidos de respeitar o Shabat, de praticar o ritual da circuncisão e de proclamar o início do novo mês pelo calendário judaico, o Rosh Chodesh. Além disso, Antíoco forçou os judeus a se curvarem, sob pena de morte. Os que se recusaram a ceder à idolatria e a se assimilar à cultura greco-síria foram massacrados e, aos sobreviventes, foram impostas severas penas. Tais imposições provocaram a revolta do povo judeu, encabeçada por Matitiahu, patriarca do clã de sacerdotes hasmoneus, e os seus cinco filhos (especialmente o seu filho Iehuda, chamado O Macabeu, devido à sua grande força. Macabi é a palavra hebraica para martelo, derivada da raiz macav). Depois de três anos de guerra em 165 AC as tropas judaicas reconquistaram o Templo e restauraram as suas tradições. No Templo foi encontrado um único frasco de óleo puro necessário para acender a Menorah (Candelabro de ouro), quantidade que não era suficiente para mantê-la acesa por mais de uma noite. Mesmo assim, a Menorah foi acesa e, milagrosamente, esse único frasco de óleo manteve a sua chama durante as oito noites necessárias à preparação de um novo óleo purificado.Desde então, estes oito dias passaram a serem considerados dias santificados e são comemorados com louvor. Uma das formas de relembrarmos este milagre é acender, durante os oito dias de celebração, velas colocadas na chanukiá (candelabro especial de Chanuká). Este candelabro tem 8 braços, mais um suplementar onde se coloca o shamash (uma vela extra “servente”, colocada numa posição destacada e diferente do candelabro, com a qual se acendem as demais). As velas são acesas diariamente, após o aparecimento da primeira estrela.

Regras e tradições para acendermos as velas de Ranuká.
No 1º dia acende-se uma vela (luz), no 2º dia acendem-se duas velas e assim sucessivamente até que se completem as 8 velas.A primeira vela deve ser colocada na extrema direita do candelabro. A cada dia acrescenta-se mais uma vela, sempre começando da direita para a esquerda, ao lado da anterior. Ao se inserir uma nova vela, deve-se acender primeiro a vela colocada (nova) e depois as demais, da esquerda para direita. Todos os membros da família devem estar presentes na hora de acender as velas sendo que, as crianças têm obrigação de acendê-las, desde que possam segurar a vela com firmeza. É enfatizada a importância da participação das mulheres na cerimónia, pois grande parte da vitória militar dos judeus sobre os seus inimigos se deve a Yehudit, que derrotou o general Holofernes, e a Hana e os seus sete filhos, que morreram martirizados, mas não se prostraram diante de um ídolo. Por isso considera-se que as mulheres fazem parte deste milagre. Na sexta-feira à noite, véspera do Shabat, as velas são acesas antes do pôr-do-sol, ou seja, antes de se acenderem as velas de Shabat.Sábado à noite, as velas de Chanuká são preparadas e acesas após a Havdalá (cerimónia de término do Shabat, que o separa dos dias comuns).
Por ser sagrada, a luz da chanukiá não pode ser usada para nenhum fim (trabalhar, ler etc.).Costuma-se usar azeite ou velas grandes o bastante para que a luz da chanukiá permaneça acesa no mínimo meia hora após o anoitecer. Caso uma vela se apague durante este período - com excepção da noite de Shabat – deverá ser acesa novamente, por isso usa-se uma nona vela, o Shamash, que deve ser utilizado para este fim.Ao acendermos as velas, recitam-se algumas Benções. Na primeira noite recitam-se três bênçãos. As duas primeiras referem-se especificamente ao acendimento das luzes e ao milagre de Chanuká. A terceira benção, o Sheecheiánu, é recitada na primeira noite de todas as festas e expressa a nossa gratidão pessoal por estarmos vivos e em condições de observar a festividade.Costuma-se colocar a chanukiá no parapeito da janela para tornar público o milagre.
Além do ritual de se acender as velas, costuma-se consumir bolinhos, sonhos e panquecas de batata (Latkes), fritos em óleo.Outro costume de Chanuká é jogar o jogo do pião (dreidl ou sevivon). Neste pião estão escritas as letras N. ,G. ,H. e Sh. , uma de cada lado, que representam as quatro letras hebraicas que iniciam as palavras da frase: “Nês Gadol Haia Sham” (Houve lá um grande milagre). Em Israel a última letra é P (em lugar de Sh), pela palavra “Pó” (aqui), já que o milagre ocorreu em Israel.Costuma-se distribuir às crianças “dinheiro de Chanuká”, ou em dinheiro mesmo ou em forma de presentes.