24.8.06

A razão que se perde


Em Portugal, hoje em dia, a moda é ser «anti-Israel».












Ultimamente não me tem apetecido escrever. Deixei antes a tribuna livre aos comentários. Observei de fora. Fico triste ao perceber que por muitos argumentos históricos, sociais, políticos e/ou éticos que eu ou qualquer outra pessoa advogue sobre Israel.... esbarram com um muro de betão impenetrável.É curioso como tudo muda.
Se recuarmos duas décadas, era a própria esquerda a defender a existência do Estado de Israel e a maioria dos portugueses simpatizantes da mesma causa.
Agora, como está na moda ser anti-americano e repudiar toda esta cultura, e como Israel surge como o aliado natural na região, nada melhor que chamar «paus mandados» aos israelitas e condenar a política «imperialista».
São modas. E hoje em dia a moda é ser «anti-Israel». Ninguém falam dos terroristas do Hamas ou do Hezbollah.
Aliás, até falam.... o argumento que agora surge é que «só existem terroristas devido à política assassina de Israel e ao imperialismo norte-americano». Por isso, se algum daqueles bombistas que planearam os ataques aos aviões em Londres tivessem sido bem sucedidos... a culpa seria de Israel e «bem feita para os americanos aprenderem a lição».
Quanto ao terrorista, «um santo que foi forçado a fazer aquilo devido ás constantes agressões».
Já sei que muita gente vai pensar ou dizer «lá está o gajo a falar sempre do mesmo». Mas também isso só acontece porque estou sempre a ouvir o mesmo. Hoje em dia toda a gente acha que está habilitada a falar sobre Israel. De repente, fomos invadidos por inúmeros «comentadores e especialistas em política internacional, com ênfase no Médio Oriente». Infelizmente, a maioria conhece tanto de História da região como eu percebo da inseminação artificial de bovinos da raça Nguni.
Já aqui afirmei que não concordo com a eliminação de ameaças a Israel a qualquer custo. O facto de inocentes libaneses terem morrido devido a «suspeitas» de infiltrados do Hezbollah é condenável a todos os níveis. Já para não falar do «rapto» do governo do Hamas, democraticamente eleito segundo as regras que o Ocidente tanto proclama.A paz fica assim mais pobre e Israel que sempre dependeu da superioridade moral nesta guerra, perde assim irremediavelmente a face. E isso entristece-me.
Por mim, o assunto morre aqui. Não volto mais a falar deste assunto até novos desenvolvimentos. Mas algo me diz que o Irão vai entrar na festa....
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