12.5.06

Porção Semanal da Torá: Emór

Vaikrá (Levíticus) 21:01 - 24:24

A porção desta semana estabelece os padrões de pureza e perfeição para um Cohen; especifica as necessidades físicas das oferendas e o que deve ser feito com animais oferecidos contendo imperfeições; proclama os dias santificados do Shabat, Pessach, Shavuót, Rosh HaShaná, Yom Kipur e Sucót. Relembra o povo Judeu que devem prover azeite de oliva puro para a Menorá e designa os detalhes dos pães consumidos pelos Cohanim (sacerdotes): duas prateleiras com 6 pães em cada uma, colocadas na mesa dentro do santuário portátil (e depois no Templo), e repostas uma vez por semana, no Shabat. A porção conclui com uma interessante história sobre uma pessoa que profanou o nome de D'us com uma maldição. Qual deveria ser sua pena pela transgressão? Ficou curioso? Vaikrá 24:14.

Dvar Torá: baseado no livro Love your Neighbor, do Rabino Zelig Pliskin

A Torá declara: "Quando colherem sua terra, [os agricultores] não devem ceifar completamente os cantos de seu campo, nem recolher as espigas que caíram de sua ceifa; para o pobre e o estrangeiro devem deixá-los (os cantos do campo e as espigas que caíram) (Vaikrá 23:22)".
Por que o dono do campo é ordenado a deixar os cantos e as espigas caídas em seu próprio lugar, ao invés de colher a produção e dá-la aos pobres?
A resposta é: ao não darmos diretamente ao pobre, nós o poupamos da humilhação de estar recebendo caridade. Pelo contrário, ele mantém sua dignidade ao sentir que está recolhendo o que lhe é de direito pela lei da Torá.
Este versículo vem nos ensinar que é muito importante sermos sensíveis em relação aos outros e às suas necessidades, e também aos seus sentimentos! (E lembre-se de dizer ‘obrigado’ quando for oportuno!)

O que é Lag BaÓmer e Como o Celebramos ?
De acordo com a cosmologia Judaica, o dia começa ao cair da noite. Por isso é que todas nossas festividades começam à noite, depois do nascer das estrelas. Na próxima segunda-feira à noite, 15 de maio, começa a festa de Lag BaÓmer.
Lag BaÓmer é o 33º dia do Ómer, o período entre Pessach e Shavuót. Neste dia, a praga que estava matando os discípulos de Rábi Akíva cessou. Também é o dia do aniversário de falecimento de Rábi Shímon Bar Yochái, o autor do Zôhar, o livro básico da Kabalá, o misticismo Judaico. A tradição nos transmite que no data de seu falecimento, o dia estava repleto de uma forte luz, da alegria sem-fim pela sabedoria secreta que ele revelou a seus alunos no Zôhar.
Em Israel, acendem-se enormes fogueiras por todo o país. Desde Pessach, as crianças costumam juntar gravetos e panos velhos para construir piras de 5 a 10 metros de altura. Ao escurecer, as piras são acesas e o céu se enche de chamas e fumaça (Sempre tive curiosidade sobre qual a reação dos que examinam as fotos tiradas pelos satélites espiões americanos e russos).
As fogueiras simbolizam tanto a luz da sabedoria de Rabi Shímon Bar Yochái trazida ao mundo, como a vela de ‘yórtzait’ pela memória de seu falecimento. Cortes de cabelo e casamentos costumam ser feitos nesta data e há muitas festividades, acompanhadas de música, danças e canções.
Por que do nome Lag BaÓmer? Toda letra hebraica tem um valor numérico. O alef é igual a 1, o bêt igual a 2 e assim por diante. As duas letras hebraicas lámed (30) e guímel (3) somam 33. Portanto, Lag BaÓmer significa o 33o. dia do Ómer. A palavra Ómer significa “feixe” ou “ramos” e refere-se à oferenda de feixes de cevada trazida ao Templo Sagrado no segundo dia de Pessach, marcando a colheita da safra de cevada. Deste dia até Shavuót (o aniversário da outorga da Torá, também conhecida como Festa da Colheita) é uma época chamada de Período do Ómer. É um período de reflexão sobre como encaramos e tratamos nosso semelhante, e sobre as tragédias que nos aconteceram pelo ódio infundado (ou autojustificado) entre nossos irmãos Judeus.